Formas clínicas de myasthenia gravis adquirida em cães: 25 casos (1988-1995)

O objetivo deste projeto foi investigar as formas clínicas de myasthenia gravis adquirida em cães. Os registros médicos de 25 cães com miastenia gravis adquirida soropositiva foram revisados, e os seguintes dados foram registrados para cada paciente: sinal, história, achados clínicos; resultados da administração de cloreto de edrofônio intravenoso, estimulação nervosa repetitiva, e presença ou ausência de coloração da membrana muscular por métodos imunocitoquímicos; concentração sérica de anticorpos receptores de acetilcolina; tratamento; e resultado. Foram identificadas várias formas clínicas de miastenia gravis adquirida. Nove dos 25 pacientes (36%) não tinham evidência histórica ou clínica de fraqueza muscular apendicular, e foram designados como miastenia focal. Esses cães apresentavam fraqueza focal em um ou mais dos seguintes grupos musculares: facial (3 de 9), faríngeo (3 de 9), e laríngeo (3 de 9). Os restantes 16 cães (64%) exibiram fraqueza muscular apendicular. Quatro desses 16 cães tiveram início agudo e rápido desenvolvimento de sinais clínicos, e foram designados como miastênicos fulminantes agudos. Os 12 cães restantes foram classificados como miasténicos generalizados. Todos os 4 cães com miastenia gravis fulminante aguda tinham megaesôfago, 2 tinham fraqueza muscular facial, e 1 tinha fraqueza muscular faríngea. Dez dos 12 cães com miastenia gravis generalizada tinham megaesôfago, 4 tinham fraqueza muscular facial, 4 tinham fraqueza muscular faríngea, e 3 tinham fraqueza muscular laríngea. Evidência histórica ou clínica de fraqueza apendicular associada ao exercício foi encontrada em apenas 6 dos 12 (50%) cães com miastenia gravis generalizada, e em nenhum dos cães com miastenia gravis fulminante aguda. Sete dos 12 cães com miastenia gravis generalizada tinham fraqueza principalmente (n = 1) ou exclusivamente (n = 6) dos membros pélvicos. Dois dos 4 cães com miastenia gravis fulminante aguda apresentavam principalmente fraqueza dos membros pélvicos. Doze dos 25 cães (48%) morreram ou foram eutanizados logo após a admissão no hospital devido a pneumonia por aspiração. Os cães com miastenia gravis fulminante aguda tiveram uma taxa de mortalidade de 1 ano acentuadamente maior em comparação com os outros 2 grupos. O uso de terapia imunossupressora teve um efeito positivo significativo na sobrevivência do paciente, independentemente do tipo de miastenia gravis. Esta investigação demonstra que a miastenia gravis adquirida em cães é um distúrbio com um amplo espectro de formas clínicas, semelhante ao distúrbio análogo em pessoas.

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