Nota do editor: Os recentes protestos sobre o racismo reacenderam uma longa discussão sobre se o xadrez promove o privilégio branco com a sua regra de que a primeira jogada vai sempre para o jogador com as peças brancas. Neste P&A, Daaim Shabazz, professor internacional de negócios e jornalista de xadrez, oferece uma visão sobre se há algum mérito na ideia de que a regra se destina a manter o privilégio branco.
Johann Löwenthal, um mestre britânico, apresentou uma das primeiras propostas de registo para dar ao branco a primeira jogada obrigatória. No Primeiro Congresso Americano de Xadrez, realizado em Nova York em 1857, Löwenthal enviou duas cartas ao secretário do Clube de Xadrez de Nova York, Frederick Perrin.
Na página 84 dos anais do congresso, refere-se a uma das cartas citando “o conselho de dar sempre a primeira jogada, em jogos publicados, ao jogador das peças brancas…”. Esta regra não foi adotada imediatamente, e os organizadores do torneio mantiveram a flexibilidade na primeira jogada. No Quinto Congresso Americano de Xadrez em 1880, foi escrito na página 164 do Código de Leis de Xadrez, “O direito de primeira jogada deve ser determinado por sorteio. O jogador deve sempre jogar com os homens brancos”