Na busca europeia de novos mercados e matérias-primas no século XVII, muitos missionários e comerciantes portugueses chegaram às costas da Jamaica e países da África Ocidental e Central como: Serra Leoa, Camarões e Nigéria foram em grande parte visitados pelos missionários. Para fins comerciais e religiosos sem língua em comum, criaram uma forma de comunicação com bases da língua europeia, dando origem à maioria das línguas africanas: como o crioulo, pidgin e patois. Estas línguas vieram para ali servir a necessidade linguística, dando origem aos Camfranglais camaroneses (mistura de francês e inglês) falados pelos jovens de hoje.
Nigeriano Pidgin English (NPE), originado como língua franca para fins comerciais entre os nigerianos e os comerciantes portugueses durante o século XVII. É um inglês quebrado como o Patois e o Crioulo, falado ao longo da costa da África Ocidental e estendeu-se à diáspora, devido aos migrantes nigerianos. Após a partida dos missionários, esta língua franca não foi com eles, mas permaneceu e é hoje a língua mais falada na Nigéria, em comparação com o inglês. Ainda há palavras portuguesas presentes no NPE, como : “Sabi (saber) e Pikin (criança)” .
NPE é considerado como uma bastardização da língua inglesa usada pelos não alfabetizados, embora seja muito falada na Nigéria por todos os indivíduos a partir de uma idade precoce. No país, tanto os literatos, como o presidente, políticos em campanha, advogados, médicos e não alfabetizados falam e entendem pidgin, embora seja usado principalmente em situações informais e o inglês é usado para fins oficiais e como meio de educação. O NPE é a língua mais falada, pois não é uma língua nativa de nenhuma tribo na Nigéria, mas a única língua que todos entendem e consideram como a forma mais fácil de interação entre a população. A República Federal da Nigéria tem três línguas principais, a saber Igbo no (Leste), Yoruba no (Sul) e Hausa no (Norte), tendo o inglês como língua oficial ao lado de outros 500 dialectos falados diferentes. De facto, o NPE é considerado como uma língua bastarda, uma vez que ainda não possui uma forma escrita padrão. Universidade na Nigéria, Universidade Ahmadu Bello (ABU) Zaria tanto a nível de graduação como de pós-graduação, departamento de Inglês e Teatro estão agora a oferecê-lo como um curso e muitas lutas estão a ser feitas para que o NPE seja considerado a língua oficial da Nigéria, uma vez que é altamente utilizado pelas massas, estudantes do ensino secundário, pós-graduados e graduados, políticos e empresários.
O NPE não é falado apenas na Nigéria, é amplamente utilizado pelas comunidades diásporas na América, Inglaterra, e Canadá. Além disso, um grande grupo da comunidade nigeriana no Luxemburgo usa o Pidgin como meio de comunicação, estas comunidades diaspóricas usam o pidgin entre si como meio de se sentirem em casa.
NPE varia na forma escrita e falada, dependendo da parte do país de onde o orador é, pois a língua é falada de forma diferente em cada estado do país. Cada Estado tende a adicionar palavras do seu dialecto ao Pidgin tornando-o mais interessante para os ouvidos e compreendido por todos. O inglês Pidgin nigeriano continua sendo a única língua que unifica os 186 milhões de habitantes.
Fontes:
- Akinmade T. Akande e L. Oladipo Salami( 2010 ) :Uso e Atitudes para o Inglês Pidgin Nigeriano Entre os Estudantes Universitários Nigerianos ( Acesso em 22/03/2018)
http://www.academia.edu/33975053/Akande_and_Salami_Use_and_Attitudes_towards_Nigerian_Pidgin_English_among_Nigerian_University_Students
https://www-tandfonline-com.proxy.bnl.lu/doi/full/10.1080/0141987042000289997?scroll=top&needAccess=true
- >
- Onguene . T. (2012) : Influence du Lexique verbal du Camfranglais dans le processus d’Acquisition du Français de Scolarisation chez les Jeunes de Yaoundé(Acesso em 23/03/18)
https://hal-univ-diderot.archives-ouvertes.fr/file/index/docid/767084/filename/article_onguene_lexique_X.pdf
>http://everythinliterature.blogspot.lu/2008/07/promoting-nigerian-pidgin-english.html
Escrito por Linda Nkwocha Okeh – Visita de Estudo de Comunicação na Unidade de Coordenação de Terminologia do Parlamento Europeu (Luxemburgo) e estudante do Mestrado em Aprendizagem e Comunicação em Contextos Multilinguísticos e Multiculturais na Universidade do Luxemburgo. Linda é licenciada em Linguística e Línguas Estrangeiras Aplicadas Francês – Inglês pela Universidade de Dschang , Camarões. Ela fala inglês, francês, Igbo (língua materna), inglês nigeriano pidgin, camfranglais e alemão básico. Nascida nos Camarões mas Nigeriana por nacionalidade, antes de vir para o Luxemburgo foi professora de Francês.